Que nome daremos para o nosso medo?
Hoje é domingo.
Um domingo calmo, sol iluminando a manhã, pássaros cantando, pessoas conversando nas ruas, crianças brincando, enfim, um dia de domingo normal.
Meu domingo?
Igualmente normal.
Descrevo a situação de modo literal, de modo onde meus olhos conseguem enxergar.
Hoje não posso ousar ir além do que meus olhos estão vendo.
Tentei mas, minha respiração começa a falhar quando insisto.
Demorei um pouco para encontrar a raiz disso que está acontecendo comigo.
Um não querer avançar em pergunta alguma do que se passa comigo.
Ao voltar a passar por esta sensação, fui lá atrás nas minhas lembranças comparar o que sinto hoje com o que já senti tempos atrás.
Como comecei este texto de forma literal da sensação exterior, vou descrever de modo prático a sensação da qual quero descrever hoje.
Vou me lembrar dos preparativos para o meu casamento.
Exatamente do meu vestido de noiva.
Quando decidimos que se casar seria muito bom para ambos ( eu e meu esposo...), partimos para os preparativos do enlace matrimonial.
Voce que é mulher e já passou por isso sabe o que estou escrevendo...
Quando ''partimos'' para esta etapa da nossa vida, a partida é muito diferente.
Homens simplesmente mandam fazer um terno e esperam a data, o dia e pronto, lá estão eles no altar nos esperando com todos os atrasos que eles já comentaram com seu amigos, familiares que iremos estabelecer nesta cerimônia com horário atrasado.
Nós não!
Nós temos que nos dividirmos em diversas tarefas para que tudo aconteça e que nada fique fora daqulio que sonhamos em viver um dia: Nosso casamento ser perfeito!
Eu me casei com 29 anos, fui a última filha a se casar. Meu esposo com 41 anos, o último da família também, ou seja, dois solteirões dignos de todos darem aleluia por ver se casando.
Eu tive menos que 3 meses para ver vestido, cerimônia, ver o terno dele também, e tudo o mais que compete um casamento e ainda ter que trabalhar.
Consegui me virar bem nas tarefas práticas do casamento, do meu casamento.
Mas nem tudo foi um sucesso, nem tudo foi tão fácil como uma simples narração...
Em todas as problemáticas que apareciam, resolver não foi difícil, afinal eram só decisões simples que tive que tomar, exercer e seguir pra próxima etapa.
Onde senti o freio?
Onde paralisei?
Onde meus pés não encontraram chão?
No vestido de noiva...
É amados... Foi aí que me conheci em aspectos de lidar com meus medos.
Eu havia resolvido que não alugaria vestido e muito menos compraria pronto, resolvi procurar uma pessoa que me faria o vestido que seria meu ''eu'' nele.
Fui até ela, que por sinal é maravilhosa e conversei com ela, ela já sabia de meu casamento, soube porque recebeu o convite.
Quando eu disse que ainda não havia vestido ela nem acreditou, ficou me olhando paralisada.
_ Leila, seu convite está com enlace matrimonial religioso....
Foi o que ela conseguiu me dizer na hora.
Só ela poderia me entender, eu tinha pensado nisso desde o início... Só ela e mais ninguém poderia entender e este entender não era o entender de ouvir e pronto, era um entender de ouvir, aceitar, ajudar e me fazer avançar...
Eu tenho medos!
Não é só um medo.
Tenho diversos medos dentro de mim.
Não ouso enumerá-los porque tenho fé que todos eles serão vencidos e todos eles serão banidos de meu ser.
Naquela ocasião, meu medo era de agulhadas, alfinetadas. ( pasmem!! podem rir... Nem ligo...)
Stefânia me ouviu, tantos os medos físicos como os mentais e me disse que faria meu vestido e que eu teria que experimentar e teria que ser tudo muito rápido porque o tempo não pararia para que eu pudesse lidar com calma os meus medos.
Ela fez o vestido em um mês e me chamou pra experimentar... A fobia dominou...
Disse que ia, avisei que já estava indo, liguei dizendo que já já estaria lá e nada... Nem saí do lugar.
Stefânia ligou novamente e me disse: Não saia daí!
Ela veio onde eu estava e trouxe o vestido.
Experimentei... Tinha que fazer ajustes..
" Stefânia, usa fita crepe pra ajustar! Pelo amor de Deus, usa fita crepe!!"
Eu já estava sendo segurada para não deixar Stefânia fazer os ajustes.
Amados, só o fato de saber que ela iria fazer ajustes com alfinetes e bem próximo de meu corpo, de miinha pele, o medo me dominou de um modo que perdi o controle e se não fosse Stefãnia ser bem forte e capaz de lidar com meu psicológico, por certo eu me casaria só no civil.
No dia do casamento, quando eu saí do carro pra entrar naquele corredor lindo, cheio de arranjos, cheio de pessoas, com meu noivo no altar bonitinho e nossos padrinhos, a primeira pessoa que vi foi Stefânia vindo ao meu encontro pra me arrumar, arrumar o vestido, véu, cauda e tudo o mais...
Ela me disse: Isso não é medo pra morte e sim pra viver melhor! Viu só?
Descrevi esta minha intimidade, este meu passar pela vida e esta minha fraqueza aqui no blog para que quem for ler, que perceba o mesmo que eu pude perceber.
Eu vivi intensamente como solteira.
Viajei muito.
Trabalhei muito.
Conheci muitas pessoas.
Acostumei-me a viver individualmente.
Tomei uma decisão que mudaria muitas coisas na minha vida.
E esta decisão ainda não tinha passado pelo crivo do alfinete!
Não me pergunte por que não gosto de alfinetes, por favor não me pergunte...
Simplesmente me dão dores e estas dores me tomam a mente, me paralisam e me fazem chorar de dor.
Existem situações em nossa vida que parecem alfinetadas que recebemos.
Mas são ajustes que precisamos para ficarmos bem na vida, ficarmos bem ajustadinhos para nos mantermos no caminho e bem bonitinhos...
Olha bem a situação de hoje:
_ Eu não queria me casar na igreja por conta de uns alfinetes no meu corpo me espetando para me deixar bonita para meu esposo...
Tive que enfrentar e venci este medo e graças a Deus, vivo feliz com ele até a data presente e espero viver mais uns 100 anos assim.
Hoje, devido a diversos problemas de coluna, terei que fazer acupuntura.
É isso mesmo!
Acupuntura!
Mais medos para vencer.
Mais medos que não darei nomes mas sei que vão sair de mim.
Passei por medos estes dias todos.
Isso me deu uma gastrite inevitável e estou cuidando.
A Palavra de Deus nos diz que :
O amor de Deus lança fora todo o medo.
Todos os meus medos estão sendo vencidos pelo amor de Deus, pois Ele me amou primeiro.
Até a próxima amados.
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