''Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho''. Mario Quintana
Olá meus amigos!
Hoje eu estou saudosa.
Estou naquela parte da frase de um dos pensamentos de Mário Quintana que ao descrever a saudade, expôs o que verdadeiramente ela faz em nosso íntimo:
_ Circula, faz uma volta e permanece no mesmo local onde começou.
Na falta que a pessoa faz!
Uns anos atrás, exatamente há 7 anos, eu escrevi um algo sobre a saudade que, era exatamente o que eu estava sentindo e, agora, depois de viver 7 anos sem minha irmã Sandra ( Faleceu em decorrência de CA de mama ), sinto ma mesma coisa, o mesmo sentimento de perda mas um pouco mais entendido sobre esta perda e como viver meus dias com a ausência dela.
Ainda fico com a garganta fechada pela emoção de estar escrevendo sobre esta falta, esta ausência, este sentimento que viaja dentro de mim e, tenho absoluta certeza que vai desaguar dentro de mim, como sempre faz.
É uma saudade que me mata, mas também me vivifica!
Uma saudade da presença dela e uma uma certeza que foi melhor pra ela parar de sofrer como estava sofrendo, então, a saudade tem seu lado aceitação também e isso me vivifica.
Hoje, será uma leitura nostálgica..
Uma leitura onde quem lê, poderá sentir a mesma sensação que tenho da saudade, uma saudade que inflama mas também alivia.
Fecho meus olhos e te vejo... Sorrindo, cantando músicas do Bee Gees que você tanto gostava e hoje, ouço para sempre vivificar sua presença, o que você foi na minha vida.
Definitivamente, eu nunca quero esquecer, deixar de lado, evitar de me lembrar de minha irmã.
Não mesmo!
Há quem diga que lembrar assim, sempre, como lembro, chega a ser preocupante mas não... Não há por que se preocupar com um sentimento como este que tenho ao me lembrar de minha irmã Sandra.
Ela simplesmente fez parte de minha vida até meus 38 anos e, muitos deles com a presença dela.
Hoje, vivendo 7 anos com sua ausência física, sinto-me vivificando todos os dias sua presença ao meu lado.
As vezes dói e muitas outras, é como se eu precisasse muito chamar sua presença dentro de mim para jamais ficar sem ela.
É a saudade que me mata e também me vivifica!
Não posso ficar sem ela.
Esta saudade pulsa meu coração, fica latente na minha mente, e me faz como Quintana diz:
" Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho''
Quero passar todos os meus dias na terra dos viventes lembrando-me de Sandra, bem devagarinho e, quando eu não mais tiver sanidade para lembrar, que eu possa estar com ela.
Esta saudade é a saudade que me faz caminhar entre meus dias ensolarados e meus dias cinzentos e, dentro deles poder lidar com todo tipo de sentimentos, sensações, desafios, tristezas ocasionais, enfim, passar por esta vida e desbravá-la e sempre manter o que me mantem ser Leila: minhas raízes, meus laços e estes serem laços feitos de nó um nó que não desata com a vida pulsando em meu corpo.
Agradeço a Deus por nos dar memórias porque elas são capazes de nos mudarem não por força mas para nos tornarem o que em determinado tempo de nossa vida preciamos e não foi possível sermos e com a memória, podemos mudar este quadro de nossa vida.
A vida continua.
Sim, continua!!
Mas não preciso abolir o que me fez bem e hoje, mesmo não estando presente na minha vida, não tenho que deixar pra trás.
Não! Absolutamente não!
Minha vida interior, minha alma me compele para estar vivificando em minha memória o que hj não está comigo mas que enquanto esteve, pude vivenciar e aceitar o fim,
O fim terreno, corpóreo e ser eternizado no tempo, no meu tempo, nas minhas memórias e elas serem a parte importante de todo meu ser.
Há tempo para viver e há tempo para morrer.
E, neste tempo de Deus, no decorrer deste tempo, Deus nos deu a dádiva das lembranças e não abro mão delas!
Estas lembranças são nossa única maneira de entender o que é a imortalidade.
Não abro mão de ser quem sou e de poder sentir o que sinto.
Sandra adorava esta canção e eu também porque a saudade é justamente isso: a sensação de entender, de sentir a imortalidade mesmo estando nós vivos.
Saudades é o amor que fica.
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